(de Thomas Burden)
quinta-feira, 17 de outubro de 2019
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
Dor
Hoje a moda é sentirmos a dor, sentirmos - sentir! - a(s) doença(s). Parece que só a dor é capaz de ressuscitar o restinho de humano nos nossos corações robotizados por mais de cem anos de maquinaria. Homens-máquina, como Chaplin ameaçava que seríamos. Menosprezamos a saúde quando ela está na frente da felicidade. Esquecemos dela. Enquanto deslizamos nossos dedos furiosamente pelos nossos celulares, gozando cada Curtida nas redes sociais, organizando uma vida virtual de eventos sempre virtuais, sorrindo pelo prazer de existirmos na Idade da Informação, ignoramos a passagem do tempo, a (in)significância de nossa Biologia minúscula num cosmos de universos e micróbios infinitos. Mas não morremos sem saber o que nos atingiu. Quando a doença chega, a Biologia feita flor, reparamos o poder dos finalmentes. (Choramos?). Antes felizes, sem dúvida felizes, nada nos impede de chorarmos as felicidades que não conhecemos: pisar na grama, jogar baralho, abraçar cachorro, chutar a bola, olhar, olhar e, olhando, namorar todos os ambientes. Hoje, só a dor nos faz apaixonados pelo mundo palpável, real. A dor é o Cupido do século.
domingo, 13 de outubro de 2019
Laranjeira (1995 - 2019)
Obrigado, majestade. Obrigado pela sombra que protegeu meus bens e minha saúde. Obrigado pelo abrigo que deu aos pássaros e a milhões de seres menores que o botão de suas flores, de beleza singela e pura. Obrigado pelo seu fruto, suco na minha mesa e brinquedo para os meus cachorros. Obrigado pela beleza que encantou o meu jardim com o brilho da vida, do verde mais calmo que já pairou sobre uma cabeça cansada. Obrigado por esperar pelo meu último abraço antes de partir. Mesmo doente, você, como todas as árvores, foi toda doação. Obrigado, majestade.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2019
terça-feira, 1 de janeiro de 2019
2019
Que seja um ano de muitas vozes, e de nenhum ouvido surdo. Que seja um ano de muita jogatina, e de nenhum tempo perdido. Que seja um ano de muita natureza, e de nenhum mito obscuro.
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