Era uma vez um pônei muito medroso. Ele não tinha coragem para andar longe dos pais. Não tinha coragem para chegar perto de rios. Não tinha coragem para saltar obstáculos. Não tinha nem sequer coragem para fazer novos amigos. Só tinha coragem para brincar com suas ferraduras, que seus pais lhe davam de presente constantemente.
Certo dia de céu ensolarado, enquanto o pônei medroso brincava com novas ferraduras, outro pônei, de idade semelhante à do pônei medroso, veio morar nas redondezas. O novo vizinho do pônei medroso era muito expansivo e, por mais que aquele resistisse, eles logo se tornaram amigos.
Muito tempo passou. A amizade se fortaleceu. Então, não mais pôneis eles eram. Tornaram-se belos cavalos. O cavalo corajoso decidiu que era hora de partir e chamou o cavalo covarde para partir com ele, a fim de descobrirem o mundo juntos, de saltarem obstáculos juntos. O cavalo covarde, no entanto, recusou. Por mais que o corajoso incentivasse, o covarde não cedia em sua decisão de recuar. Preferiu sua coleção de ferraduras. Afinal, o corajoso partiu sozinho.
Ambos se casaram, e tiveram um filho cada um. Quando já estavam velhos, voltaram a ser vizinhos, pois o cavalo corajoso voltara para viver seus últimos dias perto do amigo. O filho do cavalo covarde se encantava com as ferraduras mostradas pelo cavalo vizinho, tão diferentes daquelas que seu pai deixava ele espiar na coleção.
Certa vez, resolveu perguntar a seu pai:
_Pai, por que você não me mostra essas ferraduras mais legais em sua coleção?
E o cavalo covarde respondeu:
_Porque minha coleção não tem as mais legais.
Moral da história: o mais valioso não é adquirido, é conquistado.
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