Coleciono videogames já há 13 anos. O colecionador é uma pessoa esquisita, não? Dedica tempo e dinheiro em algo que não tem valor para a maioria das pessoas "normais". E, por isso, ele próprio é uma pessoa de muitíssimo valor. Vejamos: o que faz um homem que coleciona selos? Resposta: ele preserva a memória dos seus na forma de pequenos quadradinhos de papel. No futuro, quando outros virem a coleção de selos do colecionador, então já há muito falecido, terão a leitura de muitos aspectos da sociedade na qual o colecionador viveu. Os hábitos, as crenças, as lendas, os medos, tudo através de pequenas figuras em pedacinhos de papel.
Para que isso aconteça, no entanto, é necessário que a coleção sobreviva à morte do colecionador. É necessário que seus descententes, ainda que não queiram dar sequência ao hobby, preservem o que foi adquirido. Ou então que passem adiante para aqueles que demonstrarem convincente senso de preservação.
O colecionador, por sua vez, enquanto vivo, não pode virar as costas a produtos que não estejam em bom estado. Saibam disso, leitores: tudo tem conserto. Existem pessoas e pessoas com habilidade e amor suficientes para restaurar aquela nota de cinco centavos da Nicarágua que está rasgada, tirar a mancha daquele selo comemorativo ou fazer a bateria do cartucho Super Mario World voltar a salvar seus jogos.
Então, aconteça o que acontecer, não jogue fora. Dê, venda, troque, não importa o estado. Mas nunca, em hipótese alguma, jogue fora. NÃO JOGUE FORA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário