Lamentavelmente, poucos compreendem o livro. Poucos vêem nele mais do que uma sopa de letrinhas jogada sobre um punhado de folhas de papel. Poucos lembram do peso e da importância daquilo que está contido em meio a tudo isso: eu e você. Nós. Nós estamos no livro.
Mais triste, no entanto, é o que acontece quando deixamos que um membro da maioria ganhe poderes sobre o manuseio do livro: todos estudamos as grandes fogueiras nazistas.
Outro exemplo é o que aconteceu bem aqui, em Novo Horizonte - SP, a cidade onde moro. A delegacia de educação e cultura do município resolveu reciclar livros para arrecadar fundos. Reciclar livros! Eu pergunto ao leitor, à leitora: livro se recicla?
Você pode reciclar o papel do livro, mas e aquilo que o livro contém, aquela história, aquela realidade, aquela sensação, aquela palavra, tudo que formou o que nós somos hoje? Está tudo ali. Reciclagem? O nome disso é assassinato. Mataram a cultura.
Não consigo expressar aqui a revolta que sinto, mas acredito que a simples notícia já revolte também o leitor e o deixe tão frustrado quanto eu fiquei quando a notícia chegou a mim. Isto é inacreditável, é estúpido, é terrível, é desumano.
Sabotaram a esperança que tinha no progresso daqui.
Um comentário:
Só é possível responder ao seu texto com clichês: querem o povo (mais) burro (isso é possível?) para que continuem a manipulá-lo e blábláblá...
[]s
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