sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Educação

Assim como os livros fáceis não são porta de entrada para os livros difíceis, nem os filmes fáceis porta de entrada para os filmes difíceis, pois tudo o que é difícil exige educação por parte dos leitores e consumidores, os jogos contemporâneos não são porta de entrada para os jogos de outrora, que rodam em máquinas obsoletas e trazem mecânicas que, via de regra, foram aperfeiçoadas com o passar dos anos. Os jogos antigos são como as obras antigas oriundas de outras mídias, de outras linguagens. Eles também exigem educação.

É fundamental que as gerações futuras sejam educadas quanto às formas de se jogar jogos antigos para que esses jogos possam ser preservados. Jogos antigos, em suas edições originais. Enquanto que remakes podem trazer públicos novos a conceitos ultrapassados, ainda assim há uma distância entre eles e os originais. Remakes são sempre releituras, obras adaptadas às sensibilidades de seu próprio tempo. Os originais carregam outras bagagens: contam uma outra história, retratam uma outra cultura, desnudam uma outra sociedade, ensinam uma outra etapa evolutiva da ludologia. 

Sim, é difícil convencer alguém acostumado às mordomias dos smartphones a se adaptar aos loadings e disquetes de um TK ou de um MSX. É difícil ensinar alguém acostumado a baixar jogos num instante a instalar manualmente um Prince of Persia ou um Caesar no sistema operacional DOS. É difícil explicar para alguém acostumado a ver setas apontando o caminho o tempo todo que, no The Bard's Tale, ele não só tem que achar o caminho por conta própria, como deverá desenhar seu próprio mapa em papel quadriculado para realizar tal feito.

Tudo isso é difícil. Exige treino, esforço, muita boa vontade... Enfim, exige educação. Mas tudo isso também pode ser satisfatório, pois exercita o cérebro de maneiras diferentes, e, consequentemente, estimulantes. E tudo isso também pode ser revelador, pois dá acesso não só aos caminhos trilhados, como também aos que não foram trilhados pelos editores, designers, programadores e jogadores que compuseram os ecossistemas criativos posteriores. Sempre que pudermos, e o próximo estiver disposto a aceitar, eduquemo-lo quanto ao passado dos jogos. Nós estaremos abrindo para ele uma janela com vista a outros patamares de interação e diversão, e abrindo portas para o futuro dos videogames. Não há futuro sem passado, não há passado sem educação.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Em 2023...

... Meu filho e eu entramos juntos no Rio Tietê. Dias depois, ele me presenteou com a seguinte obra de arte, que retrata com precisão um dos nossos momentos dentro do rio. Ele, festejando de braços abertos, jogando água e barro para todo lado, e eu, sentado, observando a alegria dele e tentando evitar engolir a água do rio. Um retrato fiel, e um preciosíssimo tesouro.


segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Feliz 2024!

Que nunca nos faltem as palavras, as boas palavras, e as belas igualmente. Para ouvir ou para compartilhar. Que elas venham, nas vozes daqueles que mais prezamos, e estejamos sempre aptos a aceitá-las. Que elas saiam, fáceis ou difíceis, mas que saiam, e levem embora, nas ondas de sua música, qualquer peso que carreguemos, voluntária ou involuntariamente, sobre nossos ombros cansados.

domingo, 31 de dezembro de 2023

Número 100

Esta é a centésima postagem neste blog. Tudo bem, ele fica bastante tempo parado, mas nunca cogitei, nem cogito, parar de escrever por aqui. Muito pelo contrário, pois como dizia minha primeira postagem feita lááááá atrás, Dolmexica é o coração. No caso, o meu coração. Então, tudo o que for pessoal demais para as redes sociais continuará vindo pra cá. Além disso, estou ficando cada vez mais velho, e, consequentemente, cheio de manias. E o blog é mais uma destas manias que adoro preservar. Não vou prometer escrever mais, nem menos, daqui para a frente. Só prometo - para quem hoje é o principal público-alvo do que escrevo, eu mesmo - só prometo que Dolmexica continuará por aqui, e ele continuará recebendo coisa nova enquanto eu viver ou enquanto o Blogger existir. Leve o tempo que levar, mas que venham a ducentésima, a tricentésima e a milésima postagens! A gente chega lá!

domingo, 10 de setembro de 2023

... E mais saudades.

 

Há dez anos eu perdi meu gigante amigo Max.

Saudades...

 

Há dez anos eu perdi meu pequeno filhote Fred.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Explicando o prêmio "Board Game do Ano":

Diferentemente do prêmio "Game do Ano", que é mais uma maneira de reforçar minha memória futura quanto a bons momentos vividos com um videogame do que uma premiação por méritos técnicos ou artísticos propriamente dita (mas se merece ser lembrado, com certeza o jogo não carece de tais méritos!), o prêmio "Board Game do Ano" concedido pelo blog Dolmexica tem natureza menos emotiva.

Para conquistar tamanha honraria (se cuida, Spiel des Jahres!), o board game, avaliado segundo o tema e a mecânica e como eles se relacionam e entregam a experiência mais adequada ao público-alvo do jogo, deve ser a primeira edição de um lançamento nacional, ou seja, um produto brasileiro inédito, ou uma tradução inédita de um jogo estrangeiro. Jogos parcialmente traduzidos não competem. Todos os tipos de jogos de mesa competem: tabuleiro, cartas, RPGs, wargames. Não importa qual tenha sido o canal pelo qual o jogo foi lançado: jogos lançados através de lojas de brinquedo, livrarias, pela internet, pelo Catarse, print & play, todos competem. Resumindo, o "Board Game do Ano" realmente é o board game do ano. É o lançamento mais impressionante e divertido - aquele que passará menos tempo ocioso nas gavetas dos jogadores e dos colecionadores.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023