Rever os amigos e retomar velhas conversas é muito bom. Mas, quando os amigos são muito antigos, e a última conversa foi há muito tempo, talvez existam alguns estranhamentos. A gente percebe que eles são os mesmos em muitos aspectos, mas também entende que eles estão mudados em tantos outros. Com o primeiro amigo, os assuntos são os mesmos, mas as palavras dele estão cansadas, ou radicalizadas. Com o segundo, os assuntos parecem ser os mesmos, mas fica óbvio que os pontos de vista já não casam com os seus como outrora combinavam. Com o terceiro, há mais nostalgia do que conteúdo, tamanha a distância que formou-se entre as duas realidades, a sua e a dele. Rever amigos assim é simultaneamente prazeroso e inquietante. Duas janelas: passado colorido, futuro nebuloso. Mas isto é ruim? É comum amizades terminarem depois destes reencontros. O que é um erro. Afinal, proporcionam chance rara para os velhos amigos conhecerem pela primeira vez, outra vez, pessoas que foram importantes em suas vidas. Ato difícil, mas enriquecedor. Dentre os diversos tipos de bênçãos que vêm disfarçadas, (re)conhecer um novo velho camarada é uma das mais construtivas.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
... Conversa vem.
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